sábado, 14 de janeiro de 2012

Cap. XIV - Agonia

           Quase nenhuma utilidade tem, para o gênio, a alegria, e mesmo a felicidade, essa nem deve ser cogitada, mas até mesmo os deuses descansam.           
            Já fazia um tempo, depois de certa turbulência, que Frank havia considerado a alegria, e até mesmo se entregue à fortuna do riso sem ironia, porém, ao passo que considerava com verdade, e em pleno desfruto do belo, alguma perspectiva esperançosa do ser, seu interior estava mais vazio que antes, percebeu que não estava se encontrando em si mesmo, fora ludibriado, ou talvez tenha sido somente uma tecnologia da natureza para causar férias ao espírito de nosso herói.

- Como vai, caro amigo? Apesar de estar por perto, não o tenho visto – Disse  Érico como que já sabendo do que se tratava, e de fato o sabia.
- Encontro-me em demasia eumesmado, desfrutando do tempo e do acaso. – Respondeu Frank, absorto, como que respondendo a um fantasma.
- Tenho-te visto com as vísceras em paz, de certo é só falsa aparência, porém, até que ponto, escondendo-se alguém se descobre?
- O sentido é não revelar o já conhecido.
- Certamente você não é dos melhores para le dar com as pessoas, mas também tem suas qualidades.
- De que servem as qualidades, quando o demônio tira de você o que o qualifica?
- Voltou com essa conversa dos infernos?
- E você ainda não entende poesia! – Ao dizer essas palavras, pela primeira vez nessa conversa Frank olhou para Érico, porém, ainda com um olhar distante, como que sem vontade de falar, o que era estranho, tanto a falta de vontade de falar quanto o não olhar para os olhos de seus interlocutor, duas importantes marcas da personalidade de nosso amigo.
- Deixemos de lado toda essa ladainha. Tu sabes que cresceste em demasia nesses últimos dois anos.
- Não em algo que ainda tenha se tornado útil.

            Nesse momento da conversa, quando uma garçonete muito simpática serviu aos nossos amigos suas devidas cervejas, uma pale ale, como do gosto do Érico, e uma waiss, para Frank. A preferência de bebida de um homem pode revelar algo sobre quem é, ou o que passa. O sabor encorpado e relativamente leve, da cerveja de trigo pode apontar para o peso do espírito, porém, como esse o faz bem. De fato, a algum tempo Frank queria se sentir daquela maneira novamente.
            Um espírito constantemente alegre espanta de si mesmo a profundidade, a agonia por sua vez, desperta o gênio. De certo a agonia era boa, a talvez, agora com um sentido mais nobre. Basta descobri-lo, e Frank ainda não o sabia.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Som

A graça, o amor e a redenção do maior improvisador de todos os tempo está sobre tudo e todos. O que mais compreende a desventura de sua criação, o maior solidário e solitário de todos e todos os tempo, que acolhe a todos, e a todos determinou o descanso do sofrimento que é o ser. Seu reino é a canção que toca o choro do agoniado, do que perde e sente dor, sua canção é o amor a justiça e a liberdade.