quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ser Não Mais

Meu espírito não se acovarda
Ou pede caprichos
Mas, antes, deseja ser ele mesmo
Minhas vísceras não se embolam
Por medo ou susto
Esta é sua anatomia natural.
Obviamente que ser não é,
Para todos, um bolo confeitado
E acordar não é como feriado
E mesmo que o sol esteja
A brilhar sob nuvens escondidas
Ser não é, necessariamente,
Uma lâmpada acesa
Portanto, ir preciso
Para onde a luz não me faça
Doer os olhos.
Na luta contra a felicidade inepta
Falsa, imposta pela necessidade
De ser, ter que.
Meu refúgio e busca não é só
Mas, antes, coragem de tentar
Ser livre.
Por fim, desta feita e razão
Ser deve não ser mais imposição
De necessidade brusca e tosca
Mas reconhecer-se longe
Da necessidade de ser.
E que toda noite seja sábado
E toda tarde domingo
E o trabalho sempre o fim
A cerveja sempre gelada
Para que a vida faça sentido
E não seja somente peso
E com afinco a vida segue