domingo, 29 de dezembro de 2013

Gramado

Sentir falta de quando julgava saber,
Parece natural.
Sensação de sentido
Mesmo que falsa, então.
Nostalgia de mentiras aconchegantes
Quando ser não parece, mais,
Uma piada sem graça.
Um acidente horrendo
Desagradável até ao seu promotor, o Criador.
Pois, quando até mesmo o aparentemente belo
Não gera gosto,
Ímpeto ou contentamento,
E não há animo e, então,
Nem o Som, mesmo pensado bom,
Não parece mais, tanto quão,
Quando da adormecida bendita
De quando o ser até, as vezes,
Satisfazia.

Seguro nas raízes sensíveis
De um gramado
Em um jardim mal cultivado
Mas que eventualmente chove
Não deixando morrer
Os resquícios de algo que, outrora,
Gerou vida e não o deixa de fazer.
Marca bem vinda
Cicatriz de herança viva
Mantendo o ser
Mesmo que sufocado
Ainda ali,
Com coragem.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Chorão

Sim, sou um chorão
Choro ao ouvir uma bela música
Choro ao final de um belo filme
Sou um poço de emoções
E não precisar haver motivo
Nem sentido
Sou frágil
Sinto falta de meus amigos
Choro com lembranças
Sou um chorão
E orgulhoso disso
Talvez, até
Isso seja ser feliz