quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Capitulo XVII - Amor no Carnaval

O dia estava cinza e chuvoso, como qualquer outro, característico do falso verão que engana os moradores da cidade. Tanto o metrô como o ônibus não estariam lotados, talvez em razão da iminência do carnaval. Na verdade, creio que sim. De fato era um dia comum, mas não normal. Frank vinha já de dias de agonia e conflitos sem nome, porém sem deixar de tentar vislumbrar o “verde como o céu azul, a esperança” como diria Cartola e um de seus sambas.

Tendo acordado não tão cedo e ainda assim de pouco dormir, Frank se dirigiria para o outro lado da cidade, onde um momento simples de almoço alimentaria também seu amor, certamente cheio de fome.
          
Enquanto esperava o ônibus, segunda condução já a tomar em tão breve tempo, um homem simpático claramente perdido pergunta:

- Santana? – Frank tira de seus ouvidos os fones e ouve o forte som da chuva em meio aos carros e buzinas, normais na cidade, e diz – Você pode pegar o metrô - Ao que o outro retruca – E o metrô vai para Casa Verde? - O ônibus pra lá acabou de passar, mas ele passa aqui sim.

Como se nada tivesse acontecido, mas se sentindo familiarizado com a cidade pois soube informar ao peregrino algo para outros talvez não tão simples, Frank volta a colocar seus fones de ouvido e percebe que uma de suas musicas preferidas estava tocando. A linda musa do Brasil, Elizeth Cardoso.

Tendo entrado no ônibus não foi difícil arrumar um lugar para sentar, e aproveitando estar devidamente instalado deu-se ao rápido trabalho de trocar de música, e desfrutava daquela poesia.   
  
Alguns minutos depois, já perto de seu destino Frank percebe que as pessoas o encaravam, atônitas, com fisionomias preocupadas. Foi quando um corajoso fez a pergunta que todos queriam fazer – Porque está chorando rapaz? Tudo bem? – Frank olha para os lados e percebe sua estapafúrdia situação e calmamente responde – Está tudo bem sim, apenas estou ouvindo Cartola.