Enquanto caminhava pela rua, correndo, subindo e descendo escadas, atravessando ruas e passando entre as pessoas, dentro e fora do transporte coletivo, segurando desajeitadamente sua caneta e um velho e amassado punhado de papel que compunha um estapafúrdio bloco de notas, Frank escrevia para o seu ainda amigo:
Não espero seu favor; penso, não seria justo.
Agrada-me sua companhia. Nada deve privar-me da presença do meu companheiro.
Não espero que me mostre o caminho, ou que esteja à frente dele, mas não me prive de ouvir de perto sua respiração, também esbaforida pelo cansaço em razão da árdua caminhada.
Não peço que me pegue pela mão, mas é fundamental sentir seu toque.
Cante comigo, mesmo que apenas suspirando, mas não me prive de ouvir sua canção, cansada e agonizada de amor.
Espero nada mais, mas pouco além, que esteja comigo.
Estenda comigo a mão que nada tem a oferecer.
Trilhe comigo os caminhos, mesmo que não os possa conhecer.
Enfim, caro amigo, permaneça suave e presente.
Procurarei lembrar-me do som de seus passos quando pensar que está ausente.
Caro amigo encantador, seu amor é uma canção incrível.
E como não poderia deixar de ser, isso lhe escrevo por todos, pois somos cansados.
Pretendamos permanecer sensíveis, para perceber no vento, ainda, sua respiração.
que coisa linda!!! gostei mesmo!! mas tem certeza que essas mãos não tem nada a oferecer? as mãos que eu tento segurar me oferecem tanto!
ResponderExcluirO texto fala da mão do personagem...seu interlocutor estende a mão em companheirismo...
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