segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Vazio Erário

De certo que o mundo deveria apagar suas velas
E se deixar iluminar pela  singela lua vazia
Para a noite que tardia chega apagada e sombria
Trazendo sono esquecimento descanso e talvez alegria
Obscurecer da memória as agonias da outrora maldita

De certo que o sol deveria se esconder fulgente e livre
Pois o amor quando brilha ofusca e até prende
Não parece mais quem é ou diz disfarça e mente
O outro se faz tanto e por completo que desejo sente
Que sofrer passa a ser sua luz e dor candente festejo

As estrelas deveriam se esconder e espaço não vos falta
Os planetas antes deuses esses por vezes esquecidos
Resolverem suas pendências com o Olimpo escondido
Para que a liberdade nos levasse de volta e não tarde
À lagrimas não mais de medo mas de esperança e surgir

O sol talvez devesse se apagar eternamente e sempre
Para não por mais fogo na floresta de seus olhos gentis
A lua não mais iluminar os raios de fogo em suas aureolas
suas cedas não mais me enfeitiçarem ao suave toque e ranhura
E seus lírios não mais me inebriarem à presença da esperança

Mas sem a vida de que de ti me tens por completo e venéreo
Do vazio que me faz o anseio de logo ver apinhado gosto
Com palavras de verdades que amargam o mais doce e seleto
Nem sol nem lua necessários são para exercer seu objeto
Pois o amor mesmo no vazio faz brilhar em mim reflexos erários

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