sexta-feira, 3 de junho de 2011

Capitulo V: Desventuras na avenida

            Frank caminhava de volta para casa, em mais uma manhã após o fadigado e antagônico trabalho, isso pois era oportuno e inoportuno ao mesmo tempo.
Em seus ouvidos soava a bela canção “I Guess I'll Hang Out My Tears Out To Dry” com Dexter Gordon no saxfone tenor. A suave neblina tornava a percepção das luzes nos postes e nos carros que andavam na avenida levemente embaçada, isso porque o sol ainda não tinha aparecido, o que tornava tudo demasiado diferente, primeiro porque Frank ja contava com tal espetaculo, e o som que ouvia causava uma percepção em Frank, de tal forma que o levava a se sentir longe e ao mesmo tempo perto da realidade, seja lá o que for que ele entendia por realidade naquele momento.
Ele pensou rapidamente no que vinha acontecendo nesses últimos dois meses, em especial nos ultimo, já que nesse dia ele completou um mês nesse tal emprego. Mas esse pensamento não o incomodou, já que ele estava conformado e adaptado com a idéia de que aquilo era necessário para tentar algo que ele acreditava ser possível dar certo, em algum sentido. Pois era uma boa oportunidade, a que ele tinha. O pensamento que na verdade incomodou Frank ao ver tantos carros tão cedo na avenida, tanta gente indo trabalhar, outras voltando, como ele estava, alguns ainda bebendo nas esquinas, e uma tanta sorte de cosias estranhas e comuns que se pode imaginar, foi: “Como é possivel se sentir, ou estar, tão sozinho no meio de tanta gente?” Pensamento comum, ainda mais nos tempo de hoje, seja lá em que tempo estamos.
Frank já estava acostumado a apenas ouvir as vozes das pessoas que há algum tempo já não via, e ainda não queria desistir de um dia voltar a ver quem talvez já não devia. A grande verdade talvez seja que tudo aquilo ainda não fazia sentido para ele.

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