Aeroporto sempre é um lugar de
bastante reflexão. Mesmo antes do embarque, e do voo para o devido destino, o
prelúdio da bela visão que terei do céu, em razão do belo tempo adianta em mim
a mesma reflexão de sempre, aquela que embala minha mente, me tira o sono, ou
me dá vontade de logo dormir na esperança de que em sonho eu me veja melhor.
Olhar toda sorte de estereótipos
de pessoas, rumando para os mais diversos lugares, sempre me faz refletir sobre
as infinitas possibilidades do ser, o que obviamente nos remete a critica do
ser que somos, ou seja, nossas opções, nossas opiniões, e por fim, dúvidas e
crenças. O olhar para diversidade me faz pensar sobre porque optar por uma
coisa e não outra, tendo em vista que, se diante da diversidade não posso ter
certeza da verdade, ou o orgulho e pretensão do saber ontológico, porque
insistir?
Diante disso, um problema que
assola minha alma volta e me perturba, a saber, a justificação do meu ainda
cristianismo. Essa insistência da qual não consigo me libertar, não por, por
vezes, falta de vontade, mas sim uma insistência estética, quando minhas
afinidades balançam no ritmo do belo que me move e envolve, duvidas e vontades.
Porque insisto na fé em Cristo, se descrente da verdade dessa vez é a dúvida
que me coloca diante dele? Tentarei, agora, justificar minha insistente fé, e o
significado da mesma.
Minha fé em Jesus não é fruto de
um anseio salvifico pessoal, mas do significado poético da salvação de todos
que vivem, já viveram e viverão. Da manifestação viva do belo e da humanização
do divino, para que o humano pare com a mania de querer divinizar-se e se
humanize também. Jesus é a concretude da solução tomada em virtude da
fragilidade da criação, contingente e desventurada.
Minha fé em Jesus nada tem a ver
com a espera das soluções ou de explicações para as terríveis ameaças da vida do
sofrimento ou do caos, mas sim a esperança de que ele simples e unicamente
sofre e caminha conosco, mesmo que eu não o saiba, não espere, não creia, não queira.
Minha fé em Jesus nada tem a ver
com certeza, com verdade, ou com a desesperada necessidade de limpar a alma e
me livrar do inferno, mas sim com valores que me inspiram e me dão forças para
continuar caminhando. Nada tem a ver com achar um culpado pelo sofrimento
humano, mas de saber que não sofremos sozinhos. Que quando uma criança tem
fome, Jesus tem fome com ela, e nos inspira a alimenta-la. Quando o
desempregado desesperado por alimentar sua família comete um delito, Jesus não
o acusa, mas nos motiva a lutar por justiça, por igualdade, por dignidade.
Meu temor a Jesus nada tem a ver
com o a condenação tão defendida pelos religiosos, como se fosse a parte mais
importante de sua fé, mas está ligado à concepção que me faz ver Jesus como um
conselheiro, o sábio que certamente sabe melhor que eu possibilidades de como
viver, já que vivo. Jesus não é um moralista que julga cada passo que dou, mas
o amigo que toda vez me estende a mão quando digo “não sei”, e mesmo “errei”, ele
não me dá lição de moral, olha feio pra mim ou grita “Seu burro, assim você vai
para o inferno!”, Mas olha pra mim com um leve sorriso e diz: “tente não fazer
de novo”, porque ele sabe que sabemos que erramos e como nos prejudicamos por causa disso.
Minha fé em Jesus nada tem a ver
com a certeza de um destino, e sim em crer que não caminho sozinho. Esta fé, de
afinidade e finitude, não de respostas, de paz nem descanso, que pelo contrário, me
motiva o inconformismo, a luta, a revolta contra a injustiça, contra o
desumano, contra mim mesmo, me motiva, me confronta, me faz pensar sobre o
humano que sou, que somos.
Jesus é uma inspiração, é o
salvador poético, o belo que salvou o mundo. É a inspiração manifesta em
detrimento de toda razão e verdade, em detrimento da insistente necessidade de
afirmar-se. Jesus nos libertou da necessidade de ser qualquer coisa. Não
precisamos nem mesmo ser cristãos. Suas verdades não estão nos caminhos, nas
doutrinas, nas religiões ou nas profecias. Toda sua verdade está em uma
palavra, presente em toda língua, em toda cultura, e todo ser humano saber
dizer, da sua forma, mesmo que não saiba ao certo o significado, e mesmo que ninguém
consiga chegar perto de sua pratica permanente e constante, a saber, o amor.
AMÉM , ESTÁ ÓTIMO ,DEUS O ABENÇOE E A TODOS QUANTO IRAM LER E ESPERO MESMO QUE LEIAM ,
ResponderExcluirALIAS LER É POUCO , MEU DESEJO É QUE TODOS REFLITAM CADA PALAVRA , CADA PARAGRAFO . AMÉM.
Acho que eu já vinha pensando um pouco assim. Acho que hoje em dia penso um pouco mais ;)
ResponderExcluirObrigado pelos comentários...
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSublime e singelo.
ResponderExcluirUm presente inesperado de aniversário a leitura de tais palavras.
Que bom que gostou cara! então fica aí meus parabéns! kkk
ResponderExcluirPutz cara! Namoral, genial! Essa é a caminhada, continuemos caminhando, você é um cara que me inspira! Continue com sua enorme sinceridade! "Oxalá" se existissem mais pessoas sinceras e idiotas (como diria o camarada Dostoievski) como você! hahaha Abraço bro.
ResponderExcluirSe tratando do "veveski" como chamo carinhosamente, ser chamado de idiota é um elogio! kkk valeu cara!
ExcluirMarlito, gostei do texto. :)
ResponderExcluirBom saber que vc continua e continuará indagando-se. Ele se manisfesta sempre.
bj.
Que bom que gostou madame! certamente ! Ele é manifesto!
ExcluirLindíssimo.
ResponderExcluirSeja inspirado cada vez mais!
Abraços,
Monique
Obrigado Pelo comentário, Monique!
ExcluirJesus, o Conselheiro. Jesus o que orienta e o que Ama incondicionalmente... :) Uma vez que o conhecemos, é impossível desistirmos de prosseguirmos sem Ele ao lado.
ResponderExcluir;)
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