quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desventurado Amor

O amor não se conteve.
O amor foi compartilhado.
A necessidade de o compartilhar gerou a vida.
Sedentos por compartilhar, não os coube a capacidade de pensar nos resultados, a vontade de compartilhar o amor tem frutos que o tamanho de sua beleza também se revela em horror.
O fulgor de suas paixões, em momentos exultantes irresponsavelmente comprometeu o tempo, pois ainda não havia futuro.
Quanta necessidade! Quão trágico foi, o amor compartilhado gerando a vida.
- E agora? O que faremos? nosso fruto, nossa imagem e semelhança, fruto de nosso fulgor e calor, ó quão assustador, no memento de carne quente se tocando, os pensamentos egoístas não dão o direito do ser não ser. E agora? O que faremos?
- Oh! Quão amedrontador é nosso destino! O resultado de nosso amor pelo que vejo sofrimento gerou, Oh o que faremos, pois, vejo que nosso amor gerirá ódio e rancor, pois não demos o direito do ser querer ser, o nosso amor gerou dor!
- Amaremos ainda mais!
- Quanta sabedoria amado meu, o faremos livre, por completo livre, ao ponto de que não reconheça, se o não quiser, a sua paternidade, e não o acusaremos por isso. Amá-lo-emos mesmo sem saber que o amamos, mas se ele nos amar a aceitar o nosso erro, Oh quão feliz seriamos!
- Sim, Daremos a ele nosso amor, sofrermos com ele pelo nosso erro, por nosso ardente amor sofrermos. E com ele, nosso amado, procuraremos ser o mínimo possível, para que nosso amor seja o maior.
- Oh amado meu, mas como viverá o fruto de nosso amor? Estará sozinho no vazio, será solitário entre os diferentes. Não será compreendido, e amado não se sentirá, mesmo que o amemos tanto.
- Sim, não podemos matá-lo, pois o amamos, daremos a ele irmãos. Irmão que se amem, e sejam igualmente livres, livres para amar, livres para ser, e para não o ser também, e não os culparemos nunca!
- Oh desejado da minha alma, mas sendo livre ele se corromperá! Sendo livre poderá não amar! Com faremos, pois se o nosso amor não lhes bastar? Se o não desejar, se rejeitar nosso egoísmo, pois não e demos a oportunidade de não ser, e nosso amor não permite que o matemos. Como faremos?
- Sim, para os que nos amam, e aceitam o nosso equivoco de fazer ser, seremos com ele
- E para os que não quiserem ser?
- Não seremos com ele! Se o desejo é a morte, por ele morreremos, morreremos com ele, para ele, por meio dele, nos fundimos, nos separamos, para que sejamos tudo e não sejamos nada, que o não ser seja pra ele o ser parecido também conosco, para que pertença também a nós, e nós estejamos nele!
- Oh amado, quanto amor temos por ele! Quanto sofrimento por amá-lo tanto, e entender seu sofrimento, sofreremos por ele então! Eu farei isso! Morrerei me entregarei, para que ele possa não ser não serei por ele, e ela será livre, pois o amamos tanto, e nunca o acusarmos!
- Quanto amor escuto em sua voz, quanto amor temos para com nosso ser feito do fruto de nosso calor, faremos agora, antes que ele torne-se consciente, morreremos então para que seja livre já ao nascer, e todos livre amaremos mesmo os diferentes. Os que aceitarem nosso equivoco será amado por nós, e o que não aceitar, o que desejar não ter nascido, não seremos por ele, e nossa eternidade será constantemente morte, para que ele saiba que com ele ainda estamos.
- Oh amado, saremos a ele ainda um presente, daremos a ele que tanto sofre o poder de também poder criar, para que se chegue a nós, mesmo que não o saiba que crie, e saiba quanto amor há em fazer o ser, mesmo que não o seja!
- Sim, daremos a arte, e o amor que sentimos ao criá-lo, ele sentira também ao criar, e sua arte será para nós reconhecimento de amor, mesmo que não queira amar, daremos a ele nossa arte!
- Quão grande é lindo é seu amor amado, me farei de seu filho, para que ele tenha essa arte, e seja livre, e nunca condenado!
- Sim, acho que conseguiremos reparar nosso erro.
- Sim, vamos amá-los e compreende-los sempre.
- Mas meu amado e agora meu pai, e quanto aos que se fizerem mal, e rejeitar nosso amor, e acima de tudo, rejeitar nosso pedido de perdão, rejeitar nossa morte, e serem assim ainda maus e perversos no mundo?
- Sim, daremos aos nossos filhos a justiça, nosso exemplo de justiça, sofreremos com as vitimas, tentaremos corrigir os transgressores, e que nossos filhos o façam com justiça, e quando a justiça deixar de ser justa sofreremos também.
- Poderemos intervir?
- Não sei, vamos descobrindo o que fazer. Afinal de contas, também não esperávamos por isso.
Como estamos nós? O que fazer com esse amor que nos é proposto? Não sei! Sejamos ou não sejamos! Somos pois uma coisa sim, todos iguais, e devemos também nos amar.

2 comentários:

  1. gostei de algumas coisas e com outras não concordei. mas assim é a vida né?!

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  2. Podemos criar nossas próprias mentiras ou seguir as dos outros...

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